A humanização do parto e a violência obstétrica foram os assuntos debatidos na Câmara Municipal de Olinda, na última sexta-feira (10/07), em audiência pública, que contou com a participação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), representado pela promotora de Justiça de Saúde de Olinda e coordenadora do projeto Humanização do Parto do MPPE, Maísa Melo.
A promotora reforçou o compromisso do MPPE com o tema e o projeto que a Instituição lançou este ano para informar a população, assim como orientar o trabalho dos promotores de Justiça em todo o Estado para uma melhor qualidade de assistência às gestantes e aos recém-nascidos. “Citamos o direito que a mulher tem de decidir sobre quem será o acompanhante, o direito a ser consultada sobre os procedimentos pelos quais passará e também de rejeitar qualquer um deles se achá-lo desnecessário ou invasivo”, comentou Maísa Melo.
Segundo Maísa Melo, o município de Olinda ainda carece de melhor acolhimento às mulheres na hora de parirem seus filhos, mas o Hospital do Tricentenário, em Bairro Novo, referência municipal como maternidade, tem se disposto a aprimorar seus serviços. “Também queremos respeito aos profissionais que atendem na maternidade. Os casos de superlotação são frequentes, assim como de sobrecarga de trabalho”, afirmou Maísa Melo.
O vereador Jorge Federal, que convocou a audiência pública, questionou o sistema de saúde olindense como um todo. De acordo com ele, há uma evasão de pessoas de Olinda para o Recife em busca de atendimento médico. “Em se tratando de partos de alto risco, as deficiências estruturais em Olinda são grandes.” Ele também lembrou o caso da Maternidade Brites de Albuquerque, localizada na Cidade Tabajara, que se encontra inativa e sem previsão para reabertura.
Gigi Bandler, da Rede Feminista de Saúde Reprodutiva, relatou o estudo feito sobre o fluxo de gestantes no município. “Cerca de 60% delas vão parir em outras cidades. Nos anos de 2013 e 2014, em torno de 38% de mulheres tiveram seus filhos em Olinda.” Ela comentou sobre a resistência médica em adotar práticas mais modernas para o parto. “As maternidades, em geral, não são locais confortáveis para se dar à luz.”
A enfermeira obstetra e representante do Comitê de Estudos da Mortalidade Materna de Pernambuco, Anvete Leal, defendeu que os profissionais formados em enfermagem obstétrica têm condições de acompanhar qualquer mãe na hora do parto. Inclusive, incentivando o nascimento da maneira mais natural, sem qualquer apressamento. “A mulher sabe parir e o bebê sabe nascer”, afirmou ela. “Se houvesse mais valorização do enfermeiro obstetra, o médico só seria necessário em caso de complicações que precisassem de intervenção”, finalizou.
A promotora de Justiça Maísa Melo emendou que ouvindo o depoimento de mulheres são muito comuns reclamações de que elas não sabem o que é feito no seu corpo durante o processo, nem são informadas para onde o bebê é levado após nascer.
“Nosso trabalho no MPPE é informar que a medicalização do parto não traz a redução da mortalidade materna nem infantil. Os procedimentos têm que ser centrados nas escolhas de mulher. Está provado por apurações da Organização Mundial de Saúde que a humanização não é um conceito abstrato e romântico, mas sim uma estratégia de atendimento que funciona e diminui riscos”, concluiu a promotora.
A promotora reforçou o compromisso do MPPE com o tema e o projeto que a Instituição lançou este ano para informar a população, assim como orientar o trabalho dos promotores de Justiça em todo o Estado para uma melhor qualidade de assistência às gestantes e aos recém-nascidos. “Citamos o direito que a mulher tem de decidir sobre quem será o acompanhante, o direito a ser consultada sobre os procedimentos pelos quais passará e também de rejeitar qualquer um deles se achá-lo desnecessário ou invasivo”, comentou Maísa Melo.
Segundo Maísa Melo, o município de Olinda ainda carece de melhor acolhimento às mulheres na hora de parirem seus filhos, mas o Hospital do Tricentenário, em Bairro Novo, referência municipal como maternidade, tem se disposto a aprimorar seus serviços. “Também queremos respeito aos profissionais que atendem na maternidade. Os casos de superlotação são frequentes, assim como de sobrecarga de trabalho”, afirmou Maísa Melo.
O vereador Jorge Federal, que convocou a audiência pública, questionou o sistema de saúde olindense como um todo. De acordo com ele, há uma evasão de pessoas de Olinda para o Recife em busca de atendimento médico. “Em se tratando de partos de alto risco, as deficiências estruturais em Olinda são grandes.” Ele também lembrou o caso da Maternidade Brites de Albuquerque, localizada na Cidade Tabajara, que se encontra inativa e sem previsão para reabertura.
Gigi Bandler, da Rede Feminista de Saúde Reprodutiva, relatou o estudo feito sobre o fluxo de gestantes no município. “Cerca de 60% delas vão parir em outras cidades. Nos anos de 2013 e 2014, em torno de 38% de mulheres tiveram seus filhos em Olinda.” Ela comentou sobre a resistência médica em adotar práticas mais modernas para o parto. “As maternidades, em geral, não são locais confortáveis para se dar à luz.”
A enfermeira obstetra e representante do Comitê de Estudos da Mortalidade Materna de Pernambuco, Anvete Leal, defendeu que os profissionais formados em enfermagem obstétrica têm condições de acompanhar qualquer mãe na hora do parto. Inclusive, incentivando o nascimento da maneira mais natural, sem qualquer apressamento. “A mulher sabe parir e o bebê sabe nascer”, afirmou ela. “Se houvesse mais valorização do enfermeiro obstetra, o médico só seria necessário em caso de complicações que precisassem de intervenção”, finalizou.
A promotora de Justiça Maísa Melo emendou que ouvindo o depoimento de mulheres são muito comuns reclamações de que elas não sabem o que é feito no seu corpo durante o processo, nem são informadas para onde o bebê é levado após nascer.
“Nosso trabalho no MPPE é informar que a medicalização do parto não traz a redução da mortalidade materna nem infantil. Os procedimentos têm que ser centrados nas escolhas de mulher. Está provado por apurações da Organização Mundial de Saúde que a humanização não é um conceito abstrato e romântico, mas sim uma estratégia de atendimento que funciona e diminui riscos”, concluiu a promotora.
Fonte: MPPE
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