METRO NORTE

Este canal de noticias foi criado pelo prof Fernando Melo com o objetivo de divulgar informação da Região Metropolitana Norte do Recife, publicada nos diversos meios de comunicação de Pernambuco.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Sem maternidades, crianças de Paulista nascem em outras cidades

As mulheres que residem no município do Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), precisam se deslocar para outras cidades para poderem dar à luz. O motivo para isto é que há cerca de dez anos não há maternidades públicas na região. Já as unidades privadas surgem e desaparecem com tanta rapidez que não chegam se firmar como centro obstétrico da localidade. Esta situação gera um fato atípico: os cartórios do município não têm registrado novos paulistenses.

De acordo com Fernanda Nunes Batista, escrivã do 1º Cartório Civil de Paulista, localizado no Centro da cidade, mais de 95% das mais de 1.700 crianças registradas mensalmente no local são naturais de municípios vizinhos, como Recife, Olinda e Abreu e Lima, todos no Grande Recife. “Os bebês nascem em outras cidades e como os pais têm residência em Paulista podem registrar aqui, mas a naturalidade não pode ser alterada e as crianças não são paulistenses”, explicou ela.

Ainda de acordo com Fernanda Nunes, os poucos casos que ainda constam como registro de crianças nascidas no município são referentes à ordens judiciais que comprovam os partos em casa. Além desta situação, há ainda aqueles que nasceram nas poucas cirurgias que são realizadas no Hospital Central de Paulista, instalado há mais de 30 anos às margens da Avenida Rodolfo Aureliano, no bairro da Vila Torres Galvão.
 Mais de 95% das mais de 1.700 crianças registradas mensalmente em um dos cartórios de Paulista são naturais dos municípios vizinhos 
A unidade, por sua vez, teve sua maternidade fechada há mais de uma década. A Prefeitura de Paulista, através da Secretaria Municipal de Saúde, mantinha um convênio para que partos pudessem ser realizados no local. No entanto, o repasse foi suspenso há cerca de dois anos. Com a maior parte das atividades suspensas, o local abriga poucas cirurgias, apenas duas vezes por semana. Em geral, os procedimentos realizados no hospital aconteciam mediantes indicações médicas. 

Na última semana, no entanto, foi anunciada uma nova direção para o Hospital Central do Paulista. A proposta é de que até ainda no início deste próximo semestre todas as atividades, inclusive a maternidade e a UTI Neonatal, sejam reativadas. O trabalho será realizado através do Instituto Filantrópico Santa Terezinha, que mantinha um hospital no município de Moreno, também na RMR.

Com o filho internado após nascimento, Weend tinha e ir de Paulista para Recife todos os dias
Com o filho internado após nascimento, Weend tinha e ir de Paulista para Recife todos os diasFoto: cortesia
A auxiliar de produção Weend Franciele, 20 anos, deu à luz o seu primeiro filho há três meses. Todo acompanhamento do pré-natal ao parto foi realizado no Real Hospital Português (RHP), no bairro do Paissandu, área central do Recife. “Meu marido trabalhava lá e foi onde conseguimos todos os procedimentos gratuitamente. Era muito ruim ter que sair de Paulista pra poder ir para as consultas no Recife. Além disso, meu filho nasceu prematuro e ficou mais 19 dias no hospital e eu não podia ficar lá, então tinha que, ainda operada, ir e voltar, todos os dias para casa”, comentou a jovem que mora há cerca de dois anos no bairro de Maranguape II, em Paulista.

Já a secretária Cristiane da Silva, 31 anos, mora em Paulista e tem dois filhos, cada uma com uma naturalidade diferente. A mais velha, Gabrielle Vitória, de dois anos, é olindense. Ela  nasceu na Maternidade Brites de Albuquerque, localizada às margens da rodovia PE-15. Já o caçula, Gabriel Vitor, de apenas um ano, veio ao mundo no município do Paulista. O parto do menino só aconteceu no Hospital Central porque a mãe, Cristiane, conseguiu uma indicação médica para se submeter, após dar à luz, a uma laqueadura (ligar as trompas).

Cristiane tem dois filhos: um é paulistense e outro olindense
Cristiane tem dois filhos: um é paulistense e outro olindenseFoto: cortesia
“Era pra ter uma maternidade. A cidade já é desenvolvida ia dar uma moral para cá, além de ser muito bom pra população que não precisaria ir pra outros lugares pra ter filho. Isso também evitaria casos como o da mulher que teve filho na ambulância porque entrou em trabalho de parto e não deu tempo de chegar no hospital no Recife”, opinou ela que tinha que pegar dois ônibus para ir e voltar das consultas de pré-natal pelas quais passou no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), na capital pernambucana.
Fonte: NE 10

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