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domingo, 21 de junho de 2015

Projeto em escola pública de Olinda trabalha o reconhecimento da identidade negra

Crianças aprendem por meio de oficinas de leitura, dança, gastronomia e música. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
Crianças aprendem por meio de oficinas de leitura, dança, gastronomia e música. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
Valorizar a identidade negra e combater atos de discriminação e preconceito logo no início da vida escolar. Para a professora da rede municipal de Olinda Adriana Brandão, 43 anos, esses são os primeiros passos para se alcançar um país racialmente igualitário. Procurando fazer com que os alunos fossem capazes de compreender, desde a infância, a complexidade das identidades por meio da cor da pele, do cabelo e de outros elementos, a docente, que atua há 22 anos na educação pública, criou o projeto Cafuné.

Para Adriana, as escolas precisam colocar os alunos em contato com os elementos que formam os grupos étnicos brasileiros para conseguirem se reconhecer. “A maioria da população brasileira é negra. Isso é ainda mais evidente numa escola pública. Porém, muitos alunos não se reconheciam. Esse projeto surgiu há 10 anos porque percebi situações de preconceito e brincadeiras de cunho racista entre as crianças”, explica a professora da Escola Issac Pereira da Silva, em Jardim Atlântico.

Desde 2003, com a sanção da lei 10.639, o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana se tornou obrigatório nas escolas de todo o país. Em 2005, o projeto começou a ser realizado pela professora com os alunos da educação infantil. Este ano, 23 meninos e meninas de 5 anos aprendem a valorizar a identidade negra por meio de oficinas de penteados, dança, música, literatura e gastronomia. “O tema é debatido com as crianças desde o início do ano letivo. Entre os meses de outubro e novembro, preparamos um grande evento para apresentar os trabalhos dos estudantes sobre a temática”, ressalta Adriana.

Contos infantis sobre igualdade são lidos para os pequenos aprendizes. A arte plástica africana é aprendida numa oficina de máscaras que simbolizam a diversidade de manifestações culturais da África. Com o maracatu, os alunos aprendem sobre dança e expressão corporal. “Percebo que, no final do projeto, eles ficam satisfeitos e orgulhosos em afirmarem sua negritude”, conta a professora. O projeto Cafuné foi reconhecido, em 2007, com o primeiro lugar do Prêmio Anita Paes Barreto, entregue anualmente pela Prefeitura de Olinda aos professores que se destacam na rede.
Fonte: Diário de Pernambuco

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