Crianças aprendem por meio de oficinas de leitura, dança, gastronomia e música. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press |
Para Adriana, as escolas precisam colocar os alunos em contato com os elementos que formam os grupos étnicos brasileiros para conseguirem se reconhecer. “A maioria da população brasileira é negra. Isso é ainda mais evidente numa escola pública. Porém, muitos alunos não se reconheciam. Esse projeto surgiu há 10 anos porque percebi situações de preconceito e brincadeiras de cunho racista entre as crianças”, explica a professora da Escola Issac Pereira da Silva, em Jardim Atlântico.
Desde 2003, com a sanção da lei 10.639, o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana se tornou obrigatório nas escolas de todo o país. Em 2005, o projeto começou a ser realizado pela professora com os alunos da educação infantil. Este ano, 23 meninos e meninas de 5 anos aprendem a valorizar a identidade negra por meio de oficinas de penteados, dança, música, literatura e gastronomia. “O tema é debatido com as crianças desde o início do ano letivo. Entre os meses de outubro e novembro, preparamos um grande evento para apresentar os trabalhos dos estudantes sobre a temática”, ressalta Adriana.
Contos infantis sobre igualdade são lidos para os pequenos aprendizes. A arte plástica africana é aprendida numa oficina de máscaras que simbolizam a diversidade de manifestações culturais da África. Com o maracatu, os alunos aprendem sobre dança e expressão corporal. “Percebo que, no final do projeto, eles ficam satisfeitos e orgulhosos em afirmarem sua negritude”, conta a professora. O projeto Cafuné foi reconhecido, em 2007, com o primeiro lugar do Prêmio Anita Paes Barreto, entregue anualmente pela Prefeitura de Olinda aos professores que se destacam na rede.
Fonte: Diário de Pernambuco
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