Esgoto estourado, lama e sujeira espalhados pelas áreas comuns, além de calçamento deteriorado e ausência de energia elétrica. Situação comum em várias comunidades brasileiras, mas algo não tão corriqueiro para uma moradia com “idade” ainda tão recente: início deste ano. No Conjunto Habitacional Fragoso I, bairro de Jardim Fragoso, em Olinda, a situação é, de acordo com os moradores, a mesma desde que eles receberam o imóvel.
O barbeiro Adriano Severo de Santana, 29, mora há três meses no local e conta que não é possível nem mesmo tomar banho sem causar inundações. “Não temos saneamento adequado. Quando todos estão em casa, o esgoto estoura e vaza água de fossa, com mau cheiro, para todo lado. É assim desde o princípio. Às vezes, os próprios moradores é que fazem a manutenção”, relata. Além destes problemas, o local também não tem energia elétrica, desde que foi entregue aos moradores. “Só temos luz porque os moradores precisaram apelar para as ligações clandestinas”, completa Adriano.
A educadora social e arte-educadora, Márcia Maria Ramos, 57, afirma que a falta de energia não se deve à falta de contato com a Celpe. “Temos protocolo de solicitação, eles já vieram aqui, prometeram fazer e deram prazos de 60, 90 dias. Até agora, nada. Até um engenheiro da Celpe já veio aqui, solicitando a planta local. Demos tudo e nada foi resolvido”, afirma.
Márcia chama de caótica a situação geral da localidade. “A maior dificuldade que temos aqui é mesmo o descaso. As pessoas vêm, olham e não resolvem. O que queremos, agora, é ação. Muitas vezes nos perguntam porque viemos para cá, mesmo com este estado de coisas, mas era isso ou ceder o local para os invasores que já estavam preparados para entrar. Se isso acontecesse, perderíamos nossas casas e continuaríamos pagando um aluguel caríssimo”, explica.
Respostas
Em relação à denúncia de moradores de problemas de esgoto no Conjunto Habitacional Fragoso 1, em Jardim Fragoso, Olinda, a Companhia Estadual de Habitação de Obras informa que tem conhecimento do problema e vem buscando uma solução. Os imóveis foram entregues no início deste ano com o sistema de esgoto concluído e após a ocupação alguns apartamentos começaram a apresentar problemas. A Cehab já solicitou a Compesa um estudo na área para averiguar as causas para o entupimento da rede de esgoto e possíveis soluções.
Por sua vez, a Compesa informou à reportagem que verificará os projetos referentes ao Conjunto Habitacional Fragoso 1, para que seja estudado o local apropriado para conexão da unidade habitacional ao sistema de esgotamento sanitário operado pela Companhia, tendo em vista que na época da construção do empreendimento não foi solicitada a realização do estudo de viabilidade técnica para implantação da rede coletora de esgoto.
A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) informou por nota que "duas das três etapas do empreendimento já se encontram devidamente conectadas à rede de distribuição de energia. A última etapa, embora com obras finalizadas, não teve seu projeto elétrico apresentado pela construtora para análise da concessionária".
A companhia também afirma que em reunião, realizada no dia 12 de fevereiro deste ano, a Celpe reforçou a necessidade de apresentação do projeto elétrico do habitacional, para avaliação do cumprimento dos critérios técnicos e, após aprovado, conexão à rede de distribuição de energia. "De forma proativa e visando abastecer os clientes da localidade, a Celpe elaborou um plano especial para regularização do fornecimento dos clientes no habitacional, sendo as obras programadas para realização no próximo mês de julho, com a conclusão das ligações prevista para a primeira quinzena de agosto. A Celpe se coloca à disposição", diz a declaração.
Foto: Diário de Pernambuco
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