METRO NORTE

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domingo, 12 de março de 2017

Com diminuição de leitos municipais, maternidades sofrem com superlotação no Grande Recife


Das 14 cidades da Região Metropolitana, oito fecharam maternidades nos últimos anos. Os municípios de Igarassu, Paulista, Itamaracá, Itapissuma, Araçoiaba, Camaragibe e Moreno suspenderam o serviço de obstetrícia nas unidades de saúde locais. Em Olinda, a Maternidade Brites de Albuquerque fechou para reforma e ampliação há quatro anos e nunca mais reabriu. O impacto pode ser sentido: as maternidades de alto risco sofrem com a superlotação e acabam atendendo casos que deveriam ser resolvidos pela rede municipal de saúde. (Veja vídeo acima)
É o caso do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), na Encruzilhada, no Recife. Quando a reportagem da TV Globo esteve no local, na segunda-feira (6), o setor de pré-parto, com capacidade para oito pacientes, contava com 32, um número quatro vezes maior. Grávidas aguardavam atendimento em cadeiras plásticas, macas se amontoavam no corredor e mulheres que acabaram de dar à luz eram obrigadas a se recuperar da cirurgia em poltronas, por falta de leitos.
A agricultora Maria das Neves da Silva saiu do município de Machados, no Agreste, a 106 quilômetros do Recife, para esperar o parto numa cadeira desconfortável. “Incomoda, né? Queria estar deitada. É melhor que ficar sentada”, diz.
Ao lado dela, a auxiliar de serviços gerais Ana Paula Santos, que já havia sido operada e há mais de um dia aguardava alojamento para se recuperar da cesariana e da laqueadura que fez. “É muito desconfortável. A gente quer ficar à vontade na cama, mas não pode. É uma situação difícil porque o ferimento sangra, dói”, reclama.
A lotação é tanta que duas salas de parto foram improvisadas como alojamento para mães e filhos recém-nascidos. As duas Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs), que deveriam ter 15 bebês, estavam com 27. As incubadoras, coladas umas às outras, contrariavam recomendação do Ministério da Saúde que preconiza um metro de distância entre leitos. A realidade tem se repetido há três meses, quando o número de partos voltou a crescer em Pernambuco, após ter registrado uma queda de 25% no ano passado, devido ao temor dos casos de microcefalia.
Os casos de alto risco respondem a 20% do total de nascimentos, mas as maternidades estaduais fazem atualmente 60% dos partos, entre outras razões, por conta do fechamento do serviço de obstetrícia nos municípios. A dona de casa Adriele Patrício, por exemplo, chegou a procurar a Unidade Hospitalar de Igarassu, mas recebeu a informação de que não havia obstetra por lá. Acabou dando à luz no Cisam.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Igarassu informou que a maternidade foi fechada em 2012 “através de uma pactuação tripartite”, mas que está buscando retomar o serviço por meio de uma proposta de parto humanizado. Não deu prazo, porém, para voltar a oferecer obstetrícia para as grávidas da cidade.
Em Olinda, a Maternidade Brites de Albuquerque fechou as portas em 2013 para reforma e ampliação. A obra, de acordo com placa afixada no local, foi orçada em cerca de R$ 8 milhões e deveria durar um ano. Quatro anos depois, a unidade de saúde segue inacabada, fechada e cercada por tapumes. O mato alto toma conta e a parte que seria ampliada está longe de ser concluída.
O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), nos Coelhos, área central do Recife, reduziu sua capacidade de atendimento em obstetrícia ao fechar 16 leitos para recém-nascidos. A assessoria de imprensa alegou, em nota, que “atravessa uma grave crise financeira” e que, por isso, fechou os leitos de retaguarda do Hospital Vitória Régia, em Casa Forte, o que forçou uma reorganização do espaço do Imip.
A respeito do fechamento das maternidades municipais, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que o SUS é descentralizado, “sendo o gestor responsável por definir como será a oferta assistencial de acordo com os parâmetros e as necessidades de saúde da sua população”.
Fonte: G1 PE

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