METRO NORTE

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quinta-feira, 5 de julho de 2018

Manguezal no Janga é agredido por construções irregulares


Imóveis, maioria feita em alvenaria, foram erguidos sobre vegetação que deveria ser preservada, próximos à ponte do Janga
Foto: Arthur de Souza

Basta um olhar mais atento para perceber o quanto cresceu a ocupação às margens da ponte do Janga, no município de Paulista, no Grande Recife. Praticamente, toda a margem esquerda (sentido Olinda / Paulista) está ocupada por casas, na sua maioria de alvenaria. Imagens aéreas mostram que quase não há manguezal no trecho ocupado. Nos últimos dois meses, garantem moradores da região, as construções de alvenaria avançaram sobre o manguezal do lado direito da ponte, onde o rio Fragoso se encontra com o mar, ponto marcado por uma estátua em homenagem a Iemanjá. 

No caso do lado direito da ponte, pode-se ver que os imóveis são recém-construídos, até pelo improviso feito por meio de papelões e lonas. O espaço foi aterrado e rapidamente deu lugar às novas ocupações. Por lá, foram poucas as pessoas que quiseram falar com a Folha de Pernambuco. E, dessas poucas, nenhuma quis se identificar. “A área já foi devastada e a ocupação pode crescer se nenhuma intervenção for feita com urgência. Daqui a pouco, vai estar uma favelização danada por aqui”, teme uma das moradoras. Ao longo da avenida, pilhas de tijolos e de areia indicam que haverá mais construções no manguezal. 

“Não é querendo julgar esse povo, até porque essa situação é reflexo do déficit habitacional no Estado. Não é algo pontual de Paulista. Isso ocorre no Recife ou qualquer município que você for. Mas, não podemos negar que a favelização também contribui para o aumento da violência, mesmo a ponte estando a poucos metros do batalhão (de polícia)”, observa uma das pessoas que passam diariamente de carro pelo trecho. 

Mas, o problema não se resume apenas à segurança. Ele é também ambiental, uma vez que manguezal é Área de Preservação Permanente (APP) pelo Código Florestal. E, mesmo tendo uma lei que proteja o ecossistema, na prática, ela não funciona. Além da pressão antrópica, esse desmatamento em áreas de manguezal compromete toda uma fauna que depende do bioma, uma vez que os mangues servem de berçários naturais para muitas espécies. Autonomia ambiental Paulista está entre os 14 municípios que têm autonomia sob a gestão ambiental. 

Neste contexto, cabe à Secretaria de Controle Urbano em conjunto com a de Meio Ambiente fiscalizar e, a depender do caso, exercer poder de polícia para demolir as construções. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Paulista e o Ministério Público de Pernambuco, mas não obteve retorno.

Fonte: Folha de Pernambuco.

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