O casarão dos Lundgren, no Centro do Paulista, será transformado em instituto sobre a indústria nordestina. A informação é de Nilson Lundgren, 79, neto do líder da família instalada no município no início do século 20, mas ainda não há previsão de conclusão ou abertura ao público.

Construída por engenheiros alemães e ingleses, a mansão recebeu referências também na decoração imponente: “Essa casa me lembra muito a Europa, a cor da madeira, os quadros. Existia uma grande colônia alemã na região, por isso já nos chamaram até de nazistas”, comenta Nilson, que mantém a casa como um grande museu. “A maioria dos móveis é a mesma da época dos meus avós, que preservamos. A mesa de madeira da sala, o telefone, as poltronas verdes, a banheira…”, completa.

Após a morte de Herman, por um grande período de tempo morava um Lundgren por andar, a matriarca, no térreo, e os filhos, cujas esposas viviam em outras residências, sozinhas. Por isso, cada andar possui um tipo de sala, dois quartos e banheiro.

O sueco Herman Lundgren migrou para o Brasil, fazendo paradas no Rio de Janeiro e na Bahia, antes de chegar ao Recife, em 1857. “Aqui era o porto mais importante do Brasil, um centro muito importante e, por isso, ele resolveu abrir um negócio no porto. Aproximadamente, onde hoje é o armazém 10”, conta o neto Nilson Lundgren. A loja servia aos navios, de alimentos até lavar roupas. O crescimento o tornou cônsul da Suécia em Pernambuco e o levou a novos negócios, como uma sociedade na fábrica de pólvora Pernambuco Powder Factory, no Cabo de Santo Agostinho, desativada em 2011.

Mas foi ao adquirir sua primeira fábrica de tecidos que a família começou a aumentar a influência local. “Meu tio foi procurar trabalhadores no interior da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Todas as casas aqui ao redor da casa e das fábricas foram construídas para os trabalhadores. Eles precisavam de madeira para gerar energia, por isso, do Centro até Aldeia (Camaragibe) existiam várias plantações de eucalipto. Só em 1957 chegou a energia de Paulo Afonso”, afirma Nilson Lundgren sobre a influência da família no desenvolvimento histórico da própria cidade. Em 1907, o sueco adquiriu também a Companhia de Tecidos Paulista. Antes dedicada apenas a sacos, que abasteciam o mercado do açúcar, tendo o estado como maior produtor da época, a iniciativa passou a produzir os que viriam a ser carros-chefe do negócio: chita e brim, inclusive com a primeira estamparia da região. Três anos depois, Herman morreu e o filho Frederico assumiu o negócio, que chegou a produzir oito milhões de metros de tecido por mês, segundo Nilson: “A companhia Paulista tornou-se a maior fábrica têxtil da América Latina”.

Em 1918, uma nova fábrica de tecidos foi montada pela família, desta vez na Paraíba. A Companhia de Tecidos Rio Tinto, a 450 km de João Pessoa, não se dedicava à estamparia, mas à produção de brim e tricoline. O sucesso obrigou a família a investir também no ramo de vendas do próprio tecido, o que fez nascer as Casas Pernambucanas, com mais de mil lojas em todo o país. O tino para os negócio continua circulando na família, tanto que, segundo Nilson, a Rio Tinto deve ser reativada até 2018. Com informações do Site Curiosamente.
Fonte: Blog Informe - PE