Dois setores do Hospital e Maternidade de Abreu e Lima, no Grande Recife, foram interditados eticamente pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), por falta de enfermeiros. Além disso, a entidade aponta problemas estruturais na unidade.
De acordo com a entidade, à noite, nas alas de Alojamento Conjunto e da Central de Material e Esterilização (CME), os técnicos e auxiliares de enfermagem trabalhavam sem a supervisão de enfermeiros com formação superior, o que fere a legislação federal que regulamenta a profissão.
A interdição está em vigor desde as 16h da quarta-feira. Segundo o procurador do Coren-PE, Bruno Becker, nas fiscalizações foram detectados também problemas como aparelhos de ar-condicionado quebrados, falta de iluminação nos corredores, pisos irregulares e danos nos revestimentos das paredes.
"Essas irregularidades ocorrem desde 2010. Com a interdição, esses dois setores ficam sem funcionar, exceto em casos de urgência e com relação aos pacientes já internados no local. A medida vai vigorar até que o problema das escalas seja resolvido. A instituição precisa enviar a documentação", disse Bruno.
De acordo com a secretária de Saúde do município, Sônia de Arruda, a situação de efetivo deve ser resolvida até o sábado (29).
"Já temos 30 enfermeiros trabalhando no local e eles pediram a contratação de outros 17. Se eu tenho 20 leitos, por que preciso de mais essa quantidade de enfermeiros? Vou ao Coren-PE levando uma justificativa, porque não temos condições de contratar, nem recursos para isso, por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal. A maternidade funciona", disse.
Sobre os problemas estruturais, Sônia afirmou que a gestão está adotando medidas para resolver as questões. "O prédio é antigo e alguns setores estavam, de fato, insalubres, mas já estamos com obras na pediatria e a empresa que conserta os ar-condicionados vai resolver o problema até a sexta-feira", complementou.
Falta de médicos
Em 2016, a mesma instituição de saúde, que atende a cinco municípios, deixou de realizar partos por falta de médicos. Na época, a TV Globo foi ao local e atestou que não havia obstetra, neonatologista, neurologista nem anestesista.
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