Um dos idosos atendidos no abrigo foi loevado para o hospital para avaliação médica, sefundo a Secretaria-Executiva de Direitos Humanos de Pernambuco — Foto: Secretaria de Justiça e Direitos Humanos//Divulgação
Um abrigo de idosos localizado em Itapissuma, no Grande Recife, foi interditado pelo Governo de Pernambuco, nesta terça-feira (23), por causa de maus-tratos. Técnicos constaram falta de acompanhamento médico e encontraram remédios com a validade vencida. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, a Chácara Oiúma também funcionava sem registro da Vigilância Sanitária.
Durante a ação, um dos idosos, com ferimentos nas costas, foi levado para um hospital para uma avaliação médica e outro teve a indicação para a transferência para outro abrigo. O administrador da instituição seguiu para a delegacia para ser ouvido.
“Encontramos vários problemas e constatamos os maus-tratos. O administrador deve responder legalmente”, afirmou o secretário-executivo de Direito Humanos de Pernambuco, Eduardo Figueiredo.
Um dos idosos atendidos no abrigo foi loevado para o hospital para avaliação médica, sefundo a Secretaria-Executiva de Direitos Humanos de Pernambuco — Foto: Secretaria de Justiça e Direitos Humanos//Divulgação Um dos idosos atendidos no abrigo foi loevado para o hospital para avaliação médica, sefundo a Secretaria-Executiva de Direitos Humanos de Pernambuco — Foto: Secretaria de Justiça e Direitos Humanos//Divulgação
O Oiúma, que fica na Estrada da Mangabeira, é uma Instituição de Longa Permanência de Idosos (Ilpi). Segundo Figueiredo, o abrigo fica fechado por 30 dias e não pode receber nenhum idoso nesse período.
Ao todo, 21 pessoas vivem na instituição e pagam um salário mínimo como mensalidade. São pessoas carentes e existem idosos com problemas de saúde, de acordo com Figueiredo.
"A última visita do médico aconteceu em fevereiro. Vamos acompanhar essas pessoas de perto, a cada dois dias, e tentaremos encontrar as famílias ou outro local adequado para elas”, afirmou.
Os técnicos da secretária fizeram a operação desta terça a partir de informações sobre a falta de condições do abrigo. “De um ano para cá, quatro idosos que estavam no local morreram. Devemos saber o que provocou essas mortes e sem existem problemas mais sérios na instituição”, observou.
Na instituição, os técnicos da secretaria também identificaram problemas como alimentação insuficiente e falta de extintores de incêndio. “Na geladeira, tinha uma abóbora. No freezer, encontramos apenas uma mortadela e cheia de água”, afirmou.
Além disso, a secretária pretende aprofundar as investigações sobre a retenção de cartão de aposentadoria dos idosos internados. “Precisamos investigar uma denúncia de que foi feito empréstimo consignado com o cartão de um dos idosos atendidos na instituição”, observou.
A ação foi realizada em parceria com a Polícia Cívil e Ministério Público de Pernambuco. Também participaram o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (Ciappi), Vigilância Sanitária, Centro de Referência em Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) da cidade.
O G1 tenta fazer contato com os responsáveis pelo abrigo Oiúma.
Segundo o secretário-executivo, esse foi o terceiro abrigo de idosos interditado este ano, no Grande Recife. Um dos casos ocorreu em Abreu e Lima, em abril.
Segundo a secretaria de Direitos Humanos, fiscais do Procon encontraram mais de 20 quilos de alimentos e remédios com prazo de validade vencido no Lar Nossa Senhora da Conceição.
Outros casos
Em maio de 2017, um abrigo de idosos foi interditado em Abreu e Lima devido à suspeita de sequestro e cárcere privado. Um idoso foi internado no hospital da cidade com indícios de maus-tratos.
Também foram encontrados alimentos fora do prazo de validade e problemas na infraestrutura da instituição, além da falta da licença sanitária, necessária para a operação do local.
Em 2016, as más condições estruturais e de tratamento dos internos provocaram o fechamento de um abrigo clandestino de idosos na zona rural do município de Itapissuma. Ao todo, 37 pessoas viviam no local e eram mantidas em cárcere privado pela administração, segundo a polícia.
Fonte: G1 PE